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Este blog foi feito no âmbito da disciplina de geografia, com o objectivo de mostrar a todos os nossos visitantes como o todo nosso planeta é afectado em vários aspectos pela poluição, e claro dar a conhecer notícias actuais sobre este e outros temas.

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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Estudo alerta para excesso de fertilização com fósforo nos solos agrícolas da Beira Litoral


A Beira Litoral é uma das regiões onde mais se nota o excesso de fósforo no solo devido à actividade agrícola, que o utiliza como adubo, alerta hoje Maria do Carmo Horta, docente da Escola Superior Agrária de Castelo Branco.

"O excesso é desnecessário e pode piorar a qualidade das águas de rios e albufeiras", disse aquela professora universitária, cuja tese de doutoramento teve como tema a utilização do fósforo no solo nacional, trabalho que vai ser premiado em Espanha.

Maria do Carmo Horta defende que a legislação e as boas práticas agrícolas devem prever um limite para a utilização do fósforo, limite a partir do qual o excesso já não é absorvido pelo solo (não rende na produção agrícola) e acaba por ser escoado para águas superficiais.

Defende também a sensibilização de todos os agentes agrícolas para este facto, afirmando que, "em termos médios, Portugal tem uma utilização de adubos fosfatados relativamente baixa, mas em regiões como a Beira Litoral existe mais sobrefertilização, porque existe maior actividade agrícola", em contraste com o Alentejo, por exemplo.

No entanto, esta constatação não significa que não haja quintas na planície alentejana com forte recurso a adubos e onde "possa existir uma concentração excessiva de fósforo".

"Nas 33 amostras de solo que recolhemos e que abrangem as diversas regiões, os resultados estão sempre ligados ao tipo de cultura dessas terras. O retrato do país, como no resto da Europa, é muito diversificado", mas não chega a ser grave, como já é hoje, por exemplo, "na Holanda", sublinhou.

"O fósforo não faz mal à saúde das pessoas, nem dos animais", garantiu, adiantando que, no entanto, quando existe em excesso nas águas de rios e albufeiras, "provoca outras reacções que diminuem a qualidade dos caudais".

"Quando há entrada de fósforo nas águas, há um crescimento muito grande do fitoplancton", algas mais pequenas, que em grandes quantidades impedem que a luz chegue a maiores profundidades.

"Estas mudanças podem ser provocadas com a entrada súbita de fósforo em quantidades da ordem 0,02 mg/litro de água", disse Maria Monteiro, explicando que "as plantas que estão mais abaixo acabam por morrer, decompõem-se, consumindo oxigénio e levando à morte dos peixes".

Este cenário, que se chama de eutrofização, "leva à degradação da qualidade da água", com libertação de substâncias indesejadas pelo homem. Entre outras consequências, "obriga a maiores gastos no tratamento das águas", para consumo.

"No nosso trabalho, concluímos que o teor máximo de fósforo no solo deve rondar 50 mg/quilo de solo, classificado pelo método de Olsen. Acima disso, o risco de perder fósforo já é muito elevado", afirmou.

Em termos práticos, isto quer dizer que "terrenos com classes de fertilidade altas e muito altas já estão saturados de fósforo. Não valerá a pena adicionar mais".

Para além do fósforo, a investigadora considera que o azoto é outro dos elementos que merece atenção especial quanto à distribuição no solo, "mas tem diversos estudos publicados, o que não acontecia com o fósforo".

A tese de doutoramento com o título "La disponibilidad de fósforo evaluado por el método de Olsen en suelos ácidos de Portugal: significado agronómico y ambiental" foi concluída em 2005, na Universidade de Córdoba, com base em estudos efectuados em terrenos agrícolas portugueses.

Este ano vai receber o prémio de melhor tese de doutoramento realizada em Espanha na área das Ciências Agrárias, atribuído pela empresa Fertibéria, depois da avaliação feita por um júri do "Colégio Oficial de Ingenieros Agrónomos de Centro y Canárias"

A distinção, que inclui um prémio monetário de 24 mil euros, vai ser entregue em Madrid, em data ainda a agendar.

Estudo norte-americano conclui que poluente atmosférico pode causar coágulos nas veias


Um estudo feito nos Estados Unidos concluiu que a poluição no ar aumenta o risco do desenvolvimento de coágulos nas veias. Já era conhecido o risco de ataque cardíaco e de AVC associado à poluição. Mas segundo a Escola de Saúde Pública de Harvard, a exposição a pequenas partículas químicas libertadas durante a queima de combustíveis fósseis, promove tromboses nas veias das pernas.

O estudo utilizou os dados de 2000 pessoas em Itália, da região da Lombardia. Os investigadores obtiveram uma relação forte entre as 900 pessoas que desenvolveram este problema e um tipo de componente poluidor na atmosfera.

Existem vários componentes que são considerados poluidores atmosféricos: o monóxido de carbono (CO), o dióxido de azoto (NO2), o dióxido de enxofre (SO2), o ozono (O3) e as partículas finas. A investigação debruçou-se no efeito das partículas finas com menos de 10 micrómetros PM10, que estão suspensas no ar.

Os cientistas verificaram que as pessoas expostas a uma atmosfera com maior concentração de PM10 um ano antes do diagnóstico do coágulo, foram as mais propensas a desenvolverem os coágulos.

Segundo o artigo publicado pela revista “The Archives of Internal Medicine”, por cada 10 microgramas de aumento de pequenas partículas por metro quadrado, o risco de desenvolver os coágulos nas veias sobe 70 por cento.

Estas partículas, quando inaladas, aumentam o nível de coagulantes e reduzem o nível de anticoagulantes do sangue, acabando por promover o desenvolvimento de coágulos. Os coágulos formados nas pernas podem viajar para os pulmões e alojarem-se lá, havendo uma probabilidade do doente ter uma embolia pulmonar e morrer.

Os cientistas também descobriram que as mulheres que consomem hormonas de substituição ou contraceptivos não são vulneráveis aos PM10. Estas substâncias causam por si os mesmos efeitos que os poluentes e estes acabam por não ter um efeito acumulativo.

Até 1 de Janeiro de 2010 a União Europeia quer manter o valor máximo diário de PM10 em 50 microgramas por metro cúbico e reduzir para 20 o valor anual, que agora se situa em 40 microgramas por metro cúbico.

Estados Unidos classificam urso polar como espécie “ameaçada”


O secretário norte-americano do Interior, Dirk Kempthorne, anunciou esta quarta-feira que o urso polar (Ursus maritimus) vai ser considerada espécie “ameaçada” e fazer parte da lista norte-americana das espécies protegidas devido à perda de gelo no Árctico.

O urso polar passará a estar abrangido pela Lei norte-americana das Espécies Ameaçadas porque “a perda de gelo do mar Árctico ameaça, e vai continuar a ameaçar, o habitat” destes animais, informa um comunicado do Departamento do Interior norte-americano. Os ursos polares usam este gelo como plataforma para caçar focas e ponte para as zonas costeiras. Mas no ano passado, a quantidade de gelo árctico no mar era 39 por cento menor do que a média do período de 1979 a 2000.

Esta foi uma decisão que demorou mais de três anos a ser tomada. A lentidão do processo - lançado em Fevereiro de 2005, quando três organizações ambientalistas (Centre for Biological Diversity, Greenpeace e Natural Resources Defense Council) apresentaram uma petição em tribunal para pressionar o Departamento do Interior a incluir o urso polar na lista de espécies ameaçadas – reside no facto desta ser a primeira espécie listada devido aos impactos das alterações climáticas. Trata-se de uma questão sensível para a imagem dos Estados Unidos na comunidade internacional, muito criticados pela recusa da administração Bush em impor reduções de emissões de gases com efeito de estufa.

Mesmo o reconhecimento dos efeitos nefastos do sobre-aquecimento global no urso polar não significa que Washington mudou de opinião. Na verdade, Kempthorne avisou no seu discurso que a protecção da espécie não pode ser confundida com a luta contra as alterações climáticas. “Listar o urso polar como espécie ameaçada pode reduzir perdas de animais. Mas não deve abrir a porta à utilização abusiva da Lei para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa de automóveis, centrais eléctricas e outras fontes”. Esta lei “não é o instrumento apropriado para definir a política climática norte-americana”.

Kempthorne descansou o sector energético americano, garantindo que esta decisão vai permitir manter a exploração de petróleo e gás natural ao longo da costa do Alasca. Estas actividades continuarão a ser permitidas nas áreas onde vivam os ursos polares desde que as empresas cumpram as restrições impostas na Lei de Protecção dos Mamíferos Marinhos.

Kassie Siegel, do Centro para a Diversidade Biológica, citada pelo “New York Times”, vê nesta decisão um reconhecimento “da urgência do sobre-aquecimento global” mas admite que, no terreno, terá pouco impacto na protecção da espécie.

Segundo a Lei de Espécies Ameaçadas, de 1973, uma espécie está “ameaçada” quando existe o risco de extinção num futuro próximo. Estima-se que existam entre 20 mil e 25 mil ursos polares no Árctico. A espécie já sobreviveu a períodos de aquecimento das temperaturas, como o de há 130 mil anos. No entanto, os cientistas lembram que, desta vez, não conseguirá adaptar-se a um aquecimento tão rápido e tão vasto como o previsto para este século se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem a crescer ao ritmo actual.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Vinte concelhos portugueses terão novos espaços verdes urbanos


Criar parques verdes nas cidades com aparelhos de manutenção física para promover as actividades de ar livre em família é o objectivo do projecto “Um Modelo de Parque”, apresentado hoje, que pretende chegar a 20 concelhos, com um investimento de um milhão de euros em dois anos.

Até ao final do ano deverão ser criados parques em Abrantes, Alcochete, Almeirim, Bombarral, Fundão, Lousã, Machico, Mangualde, Massarelos, Sintra, Mozelos, Palmela, Pombal, São João da Talha, Sesimbra e Vila Nova de Famalicão.

A meta do projecto, apresentado hoje em Lisboa e iniciativa do Modelo Continente, é servir cerca de dois milhões de portugueses.

Segundo o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, esta é uma iniciativa que “ambiciona mudar, ambicionar criar mais oportunidades, ambiciona alargar a mais espaços, ambiciona criar relações sociais”.

“O nosso país necessita de espaços ao ar livre onde as famílias e amigos possam conviver. Espaços adequados ao quotidiano das famílias numa perspectiva intergeracional”, acrescentou.

“Um parque pode alterar muito os hábitos quotidianos das pessoas. Pode fazê-las sair de casa, andar e fazer exercício”, considerou Ana Cid, secretária geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas.

O projecto conta com o apoio técnico da Faculdade de Motricidade Humana, que avaliou as infra-estruturas.

Outra vertente destes parques é a reabilitação de zonas degradadas nas cidades. O presidente da Câmara Municipal de Estremoz, uma das localidades já contempladas pelo projecto, sublinhou os melhoramentos urbanos verificados na cidade alentejana.

"Foi instalado e localizado este parque numa zona que tinha alguma degradação e que neste momento está reabilitado", explicou José Alberto Fateixa. “Neste momento é uma zona de intensa utilização” e “além de uma zona de passagem, é uma zona de permanência de pessoas que usufruem os equipamentos”.

Este projecto conta já com 10 parques inaugurados.

O projecto contou, no ano passado, com um investimento total de 500 mil euros. Câmara de Lobos, Estremoz, Monção, Nazaré, Ponte de Lima, Vila Franca de Xira e Vila Nova de Gaia são alguns dos concelhos com parques já criados.

Barcelona começou a ser abastecida com água de navio-cisterna

Um primeiro navio-cisterna com água potável chegou hoje a Barcelona para abastecer a população, numa altura em que a Catalunha atravessa uma situação de seca grave, anunciaram as autoridades regionais em comunicado.

O “Sichem Defender”, com 19 mil metros cúbicos de água, é o primeiro de seis navios-cisterna que vão fornecer água aos habitantes de Barcelona durante, pelo menos, os três próximos meses. Em caso de necessidade, os contratos com estas companhias serão renovados.

Os navios - dois de Marselha, dois do canal de Provença e dois de Tarragona – têm uma capacidade que varia entre os 19 mil e os 42 mil metros cúbicos de água.

Dois navios-cisterna provenientes de Marselha chegarão a Barcelona na quinta-feira e na segunda-feira.

Este plano de abastecimento, com um custo mensal de 22 milhões de euros, faz parte das medidas de urgência decididas pelo governo regional catalão para fazer face à grave seca que está a afectar a região.

Os navios vão realizar um total de 63 viagens por mês. Assim, Barcelona vai receber, por mês, 1.660 mil metros cúbicos de água, ou seja, seis por cento do consumo dos 5,5 milhões de habitantes da cidade e dos arredores.

O Governo espanhol autorizou, a 18 de Abril, a construção de uma canalização, por 180 milhões de euros, entre Tarragona e Barcelona, para encaminhar para a capital catalã a água do rio Ebro.

“Se não fizermos nada e se não chover, cinco milhões de habitantes da região de Barcelona não terão água para beber em Outubro”, comentou a vice-Presidente do Governo, Maria Teresa Fernandez de la Vega.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Transportes com dez por cento de biocombustíveis antes de 2020


O ministro do Ambiente, Nunes Correia, disse ontem em Paris, que Portugal quer utilizar dez por cento de biocombustíveis nos transportes antes de 2020, a meta definida pela União Europeia.

Nunes Correia encontra-se na reunião ministerial da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Na reunião apresentou-se o relatório "Perspectivas ambientais da OCDE para 2030". O documento concluiu que os problemas ambientais que se enfrentam hoje têm resoluções que são viáveis e exequíveis a nível financeiro.

Segundo o ministro do Ambiente, existem quatro áreas definidas pela OCDE com "luz vermelha" que "obrigam a uma atenção muito particular": alterações climáticas, escassez de água, perda da biodiversidade e impactos da poluição ambiental sobre a saúde. "O cenário é negativo se nada for feito mas aquilo que é necessário fazer é perfeitamente razoável em termos de custos, e isto é uma conclusão muito importante", defende o ministro.

Nunes Correia admite que Portugal está "com dificuldades em alcançar as metas de emissões previstas em Quioto". No entanto, no caso dos transportes, "Portugal até se propôs antecipar o prazo e pretende antecipar", a União Europeia tinha definido 2020 como a meta para este objectivo. Para isso “está a apostar nos biocombustíveis [provenientes da produção agrícola] de segunda ou até mesmo de terceira geração. ”, disse à Lusa.

Outra aposta, que o ministro considera “essencial, imprescindível, uma obrigação perante os consumidores”, é a rotulagem dos bens alimentares com informação acerca da existência de produtos transgénicos.

A OCDE estima, de acordo com Nunes Correia, que o Produto Interno Bruto (riqueza interna de um país) do Estados da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico deverá duplicar até 2030. "Portanto, o esforço que se pede a estes países é relativamente modesto para conseguir resultados com extremo significado", sustentou o ministro.

Segundo o ministro, três das quatro áreas fundamentais definidas pela OCDE, as alterações climáticas, escassez da água e perda da biodiversidade, foram uma prioridade durante a presidência portuguesa da União Europeia. “Em todos eles, estamos naturalmente activos", disse.

Crianças são as principais afectadas pelo aquecimento global


São as crianças, e principalmente as dos países mais pobres do planeta, as principais afectadas pelas consequências do aquecimento global. A conclusão é de um relatório da UNICEF no Reino Unido, publicado agora no âmbito das comemorações dos dez nãos da assinatura britânica do protocolo de Quioto.

Mas não é só a saúde destas crianças que está em risco. Segundo o relatório, cheias, secas, doenças provocadas por vectores, como a malária, afectarão também a educação e perspectivas de futuro das crianças dos países mais desprotegidos.

Enquanto os países mais desenvolvidos e mais ricos se adaptarão a esta nova realidade climática, os povos com menos recursos não terão hipótese de responder a estes novos desafios.

“É quem tem contribuído menos para as alterações climáticas, os países mais pobres e, acima de tudo as suas crianças, que serão os mais afectados”, disse David Bull, director da UNICEF no reino Unido, em declarações à BBC.

“Se o mundo não responder já para minimizar os efeitos das alterações do clima e para se adaptar aos riscos que esta nova realidade introduziu, estaremos a colocar em perigo o cumprimento dos Objectivos do Milénio até 2015”, acrescentou Bull.

Os oito Objectivos do Milénio, os maiores desafios mundiais segundo as Nações Unidas, compreendem a erradicação da pobreza extrema e da fome, a educação universal, a igualdade de género, a redução da mortalidade infantil, o investimento na saúde materna, o combate contra o HIV e malária, entre outras doenças, a sustentabilidade do ambiente e a construção de uma parceria global com vista ao desenvolvimento.

As nações comprometeram-se a alcançar estes objectivos até 2015. Mas o Banco Mundial alertou este mês para o facto desse comprometimento estar em risco de não ser cumprido. Pelo menos a África Subsariana falhará todos os oito objectivos por essa data.

Mas para a Unicef são as alterações climática so principal travão a essa conquista. O aquecimento global e as consequências na redução de chuva, o aumento das doenças relacionadas com o consumo de água não potável, como a cólera e a diminuição da produtividade agrícola reforçam esta tese do organismo das Nações Unidas para a infância.

“Todas estas consequências têm a ver com o aumento da temperatura global que cresceu pelo menos um grau em média, desde 1850”, disse à BBC Nicholas Stern, ex-vice-presidente do Banco Mundial, conselheiro do executivo de Gordon Brown e autor do relatório Stern Review sobre o impacto económico das alterações climáticas. Segundo Stren são as alterações climáticas o principal motor de um possível aumento da taxa de mortalidade infantil em África.